quarta-feira, 17 de abril de 2024

Edições Sílabo lançam autobiografia de Ulysses S. Grant, ex-presidente dos Estados Unidos

Memórias Pessoais de Ulysses S. Grant é a nova grande aposta das Edições Sílabo, cuja tradução é assinada por Jorge C. Pereira.
Este livro autobiográfico do 18.º presidente dos Estados Unidos, Ulysses S. Grant (1822-1885), alcançou um grande êxito de vendas aquando da sua publicação, em 1885 e 1886 (foi editado em dois volumes). Eleito presidente em 1868, este militar e político norte-americano, assumiu o cargo num momento crítico da história do país.

«A autobiografia do General Grant é a história mais admiravelmente simples, directa e desprentenciosa alguma vez posta no papel por um homem verdadeiramente grande.» Mark Twain

Texto sinóptico
Com uma prosa envolvente e uma honestidade desarmante, Ulysses S. Grant, nestas suas memórias pessoais, narra ao leitor com uma notável simplicidade o percurso que o levou desde as suas humildes origens até à liderança militar e às suas retumbantes vitórias, mas também fracassos, nos campos de batalha da Guerra Civil Americana. Este relato do futuro presidente dos Estados Unidos é um dos mais significativos trabalhos literários de todos aqueles que se sentaram na cadeira presidencial do jovem país e um dos melhores relatos de chefes militares alguma vez escritos, eventualmente só comparável à A Guerra das Gálias de Júlio César.
Partilhando com o leitor de modo aberto os desafios que enfrentou e as circunstâncias que moldaram o seu carácter, o leitor terá acesso a uma história de coragem de um homem brilhante e de um militar que venceu permanecendo no panteão dos poucos cuja acção teve impacto no desenrolar da História. Quer o leitor seja um historiador, um entusiasta de História, um líder à procura de pontos de referência, um militar desejoso de expandir os seus conhecimentos ou apenas um apreciador de histórias de acção, As Memórias Pessoais de Ulysses S. Grant é o livro que deverá ler e guardar na sua biblioteca.

Já está à venda «Guia Para Matar o Chefe», de Rupert Holmes

Chegou hoje às livrarias Guia Para Matar o Chefe, um mistério original e irreverente sobre uma escola secreta para assassinos bem-intencionados. O livro foi um grande êxito mundial, integrando a lista dos mais vendidos do New York Times e considerado Livro do Ano pela Amazon e Barnes & Noble, entre outros meios. Este tríler é da autoria de Rupert Holmes.

«Repleto de reviravoltas. O extraordinário Holmes toca nas cordas certas.» -
The Times

«Deliciosamente engenhoso.»
- Library Journal

«Uma escrita espirituosa e elegante.»
- Publishers Weekly

«Um dos livros mais irreverentes do ano.»
- CrimeReads

As lições diabólicas que nunca lhe ensinaram na escola e uma leitura que não vai querer perder.» - Barnes & Noble

O romance de estreia de Annie Ernaux


Para assinalar o 50.º aniversário do romance Os Armários Vazios, a Livros do Brasil publica pela primeira vez em Portugal a estreia literária da Nobel de Literatura Annie Ernaux.

«Um monólogo interior vivo, denso, veemente. Um romance de formação, ou antes de deformação, vindo de uma desconhecida», escreveu em 1974 o Le Monde, considerando-o a «revelação da primavera».
Em Os Armários Vazios, com tradução de Tânia Ganho, nas livrarias desde o dia 4 deste mês, Annie Ernaux é já a etnóloga de si própria que viríamos a reconhecer nos seus livros posteriores, apesar de nesta obra iniciática ainda não se assumir declaradamente como protagonista. Annie responde aqui pelo nome de Denise, personagem cuja biografia em tudo se confunde com a da autora.

Texto sinóptico

Esta é uma história de rutura social. Denise Lesur tem vinte anos e é a primeira da sua família a frequentar o ensino superior. Os pais, proletários e com escassa instrução, pouco têm que ver com os burgueses, educados e com acesso à cultura, a que ela está prestes a juntar-se. Sozinha no dormitório, enquanto recupera de um evento doloroso, Denise reflete sobre o seu crescimento, todos os sacrifícios feitos pelos pais, a estranheza cada vez maior em relação às suas origens e a raiva que transporta por se ver marcada pelo fracasso.
Os Armários Vazios foi o primeiro romance publicado por Annie Ernaux, em 1974, e nele surgem já as sementes daqueles que serão os grandes temas da sua obra – o choque de classes, a condição da mulher, o trauma –, num questionamento tenaz da identidade.
Alguns outros títulos da autora:
A Vergonha
; O Jovem; Perder-se; Uma Paixão Simples.

terça-feira, 16 de abril de 2024

«Mesmo Antes do Fim» é o novo livro da Europa-América


Mesmo Antes do Fim é o título do novo livro da Europa-América. Segundo a editora, é «uma poderosa novela sobre a memoria familiar e a construção das recordações em torno da figura maternal.» O autor é o escritor latino-americano Emiliano Monge, nascido em 1978. A sua obra já foi traduzida para vários idiomas. Atualmente é colunista do diário El País.

Sinopse

Esta é uma história de uma mulher que confronta a sua época e o seu mundo, mas também uma história sobre essa época e esse mundo: a segunda metade do século XX e as primeiras décadas do século em que nos encontramos.
Em Mesmo Antes do Fim, o filho da protagonista retrata a vida da sua mãe, uma vida marcada pela invisibilidade, pela doença, pela loucura e pelas violências, mas também pela resiliência, pela força de vontade, pelo afeto e pelo cuidado de si e dos outros, entra em tensão com alguns dos grandes acontecimentos da vida pública: a chegada das pílulas anticoncecionais, a invenção da câmara instantânea, o desenvolvimento de tratamentos para doenças mentais, a corrida espacial e a corrida pela prótese auditiva perfeita, a descoberta da antimatéria, o diagnóstico do espectro de Asperger, as investigações sobre como prolongar a vida, o Protocolo de Quioto.
Emiliano Monge conseguiu fazer algo que parecia impossível: escrever um livro que é ao mesmo tempo retrato e mural. O retrato de uma mãe e um mural do mundo em que vivemos.

Elogios da imprensa internacional
«A mãe do autor Emiliano Monge contém o mundo. Ver o mundo através dos seus olhos é aproximar-se do Aleph, compreender o bem e o mal, os enigmas da humanidade, as suas dores, preocupações, violências e selvagerias – mas também a sua alegria. A mãe é a protagonista absoluta de um dos melhores livros publicados este ano.»
La Vanguardia

Romance publicado anteriormente pela editora: Eu Matei um Cão na Roménia.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

«Deus na Escuridão», de Valter Hugo Mãe

Editora: Porto Editora
Data de publicação: 18-01-2024
N.º de páginas: 288

A acção do mais recente romance de Valter Hugo Mãe, um dos autores portugueses mais destacados da actualidade, é ambientada aqui na ilha da Madeira, mais concretamente em Campanário. A agricultura é a actividade principal desta freguesia pertencente ao concelho da Ribeira Brava. Por encostas e lombadas íngremes deste lugar rural, nos inícios da década 1980, encontramos a casa onde vive uma família, os Pardieiros, cuja alcunha já nos remete para a indigência.
É neste cenário que o autor nos apresenta Pouquinho, um recém-nascido, o segundo filho do casal. É o filho mais velho que nos narra que o irmão nascera «aleijado» e «abreviado», augúrio de desgosto e vergonha para a família, por causa da maledicência que haverá de ser perpetuada pela vizinhança, que num sítio recôndito, tudo sabe, nada perdoa. Contudo, para Felicíssimo, esse ser infortunado é um «pedacinho de Deus», a quem promete proteger afincadamente: «Amamos mais quem vemos em perigo. Somos feitos para aumentar de coração perante a família que sofre.»
Na segunda parte do livro, volvidos estão vinte anos, o narrador intradiegético vê-se envolvido numa elipse existencial; os seus amigos de infância foram alistados no serviço militar (enquanto ele foi dado como néscio), rumaram para novos destinos, formaram família; Felicíssimo, constata que não consegue alcançar nenhum horizonte, embora vislumbre o Oceano todos os dias. É um solitário, um desamparado, sem rumo, sem direcção. Os anos passaram por ele, enquanto trabalhava na terra e cuidava e amava o irmão.
Deus na Escuridão é uma história, que habilmente e subtilmente, elogia o amor fraterno e materno. Revela um escritor que fez um trabalho de pesquisa exaustivo (sabemos que in loco), pois são verosímeis todos os topónimos referidos na narrativa. Ser e viver enquanto ilhéu, com todos os prós e contras, está bem retratado nesta obra tecida com engenho e conhecimento no domínio da língua portuguesa e as suas variações.
Eis apenas alguns regionalismos madeirenses (palavras que passaram de geração em geração, impossíveis de traduzir à letra) que Valter Hugo Mãe incluiu na história: «azougar», «buzico», «estepilha», «forrado», «semilha». Para o leitor madeirense, a leitura faz-se contínua e sem quiproquós, sem interrupções para pesquisar vocábulos autóctones. Para o leitor não madeirense, principalmente para o que lerá este livro traduzido (alguns livros do autor encontram-se publicados em vários países), um glossário serviria de auxílio para uma boa interpretação.
Salientar que neste livro de Valter Hugo Mãe, que celebra 20 anos na escrita de romances (em 2004 foi publicado O nosso reino), a espiritualidade está em constante omnipresença. Deus na Escuridão contém passagens belíssimas como as seguintes:

«Quando nasce uma cria, há um planeta com seu nome onde só sua mãe habita.» (p. 30)

«Deus é exatamente como as mães. Liberta Seus filhos e haverá de buscá-los eternamente. Passará todo o tempo de coração pequeno à espera, espiando todos os sinais que Lhe anunciem a presença, o regresso dos filhos.» (p. 147)

«Deus está na escuridão, e tacteia por toda a parte na vontade intensa de um toque, do aconchego do corpo dos filhos, um gentil toque ou um abraço.» (p. 147)

«Os filhos partem sem saberem que o sentido da vida é chegar à origem.» (p. 148)

«Quando a tristeza é sem fim, certamente só a lonjura pode almejar a ilusão de uma trégua.» (p. 250)

É lançado este mês «Antigos Mestres - Comédia», de Thomas Bernhard

Após lançar em 2014 Autobiografia, a Sistema Solar, através da chancela Documenta, volta a apresentar aos leitores uma nova obra de Thomas Bernhard (1931-1989), considerado um dos mais importantes escritores germanófonos da segunda metade do século XX. José A. Palma Caetano, tal como acontecera com o outro título, assina a tradução de Antigos Mestres - Comédia.
Moscardino, de Enrico Pea, é outra novidade da Sistema Solar para este mês.

Texto sinóptico
Como classificar esta narrativa? Em subtítulo, Thomas Bernhard chama-lhe Comédia. Será afinal a comédia da vida? Ou não será esta antes uma tragédia? Já no fim da obra, Bernhard fornece-nos talvez uma pista para reflexão: «Tanto que nós pensamos e que falamos e julgamos que somos competentes e na verdade não somos, essa é a comédia, e quando perguntamos, como é que vai ser agora? é a tragédia, meu caro Atzbacher.»

«Bernhard é considerado hoje uma das figuras mais relevantes da literatura de língua alemã na segunda metade do século XX. Ainda há relativamente pouco tempo o famoso crítico alemão Marcel Reich-Ranicki dizia, num livro constituído por entrevistas sobre vários autores, o seguinte: "Se me perguntassem quais foram os três maiores talentos da literatura alemã, no domínio da prosa, depois de 1945 […] eu indicaria decerto três nomes: Wolfgang Koeppen, Günter Grass, Thomas Bernhard. São as três mais fortes energias épicas na nova prosa alemã. Considero, portanto, Thomas Bernhard um dos verdadeiramente grandes."» José A. Palma Caetano

Excerto
«[…] Julgamos que podemos passar sem as pessoas, julgamos até poder passar sem uma única pessoa e imaginamos também que só temos uma possibilidade de continuar a viver se estivermos a sós connosco, mas isso é uma ilusão. Sem outras pessoas não temos a mínima possibilidade de sobrevivência, disse Reger, podemos ter tomado por companheiros tantos grandes espíritos e tantos Antigos Mestres quanto possível, eles não substituem pessoa nenhuma, assim disse Reger, no fim são sobretudo esses chamados grandes espíritos e esses chamados Antigos Mestres que nos deixam sós e vemos que esses grandes espíritos e Antigos Mestres ainda por cima troçam de nós da maneira mais infame e verificamos que tivemos sempre com todos esses grandes espíritos e com todos esses Antigos Mestres apenas uma relação de troça e só com ela existimos.»

quinta-feira, 11 de abril de 2024

«Taylor Swift: The Whole Story» chega a Portugal em Julho

A biografia da cantora Taylor Swift será publicada a 4 de Julho em Portugal. Taylor Swift: The Whole Story (título original) foi originalmente publicada nos Estados Unidos da América pela HarperCollins no passado dia 2. O autor, Chas Newkey-Burden, é um reputado biógrafo de celebridades como Michael Jackson, Adele, Amy Winehouse, Justin Bieber e Simon Cowel. Taylor Swift: A História Completa tem o selo da Contraponto.

«Identidade e Família», o livro que está a gerar controvérsia


Chegou a 12 de Março às livrarias Identidade e Família – Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade, uma obra coordenada pelos quatro fundadores do Movimento Acção Ética – António Bagão Félix, Pedro Afonso, Paulo Otero e Victor Gil.

O livro, que tem gerado grande celeuma na opinião pública, reúne um conjunto de textos de várias personalidades da vida pública portuguesa sobre a importância de um pilar central da vida em sociedade: a família.
A obra, chancelada pela Oficina do Livro, conta com a colaboração de duas dezenas de figuras destacadas dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, como Jaime Nogueira Pinto, Manuela Ramalho Eanes, João César das Neves, Isabel Galriça Neto, Guilherme D’Oliveira Martins ou José Ribeiro e Castro.

Fundado a 1 de Janeiro de 2021, sob a divisa Vida, Humanismo e Ciência, o Movimento Ação Ética (MAE) tem na sua génese a vontade e determinação de pessoas de diferentes gerações, formação académica e percurso profissional, para quem o primado da ética é inseparável da razão de ser das acções pessoais e dos códigos de conduta profissionais ou institucionais. Neste sentido, o MAE é uma iniciativa cívica que visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas actuais, propondo uma ética centrada na pessoa e na valorização da vida humana, combatendo a indiferença e o relativismo ético, desejando contribuir para uma maior consciencialização dos imperativos éticos e para uma ética do futuro que não seja uma ética para o futuro, mas para hoje.

Texto de apresentação
De todas as sociedades humanas, a família é a única natural, universal e intemporal. Por isso, este livro lhe é dedicado. Apesar de a sociedade estar em constante mudança e de os avanços científicos obrigarem a uma permanente actualização, existe um conjunto de princípios éticos que não são negociáveis, mas sim intemporais.
Em Identidade e Família, coordenado pelos fundadores do Movimento Acção Ética, duas dezenas de autores dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, com estilos e experiências marcadamente diferentes, contribuem para um perfil ético da vida em sociedade, destacando, em particular, a instituição familiar.

«A família é o habitat natural de convivência solidária e desinteressada entre diferentes gerações, o veículo mais estável de transmissão e aprofundamento de princípios éticos, sociais, espirituais, cívicos e educacionais, o elo entre a consistência da tradição e as exigências da modernidade, e, em consequência de tudo isto, a mais eficaz instituição de garantia de coesão do tecido social.»

terça-feira, 9 de abril de 2024

Novo romance de Michael Cunningham


Da mente brilhante de 
Michael Cunningham, vencedor do Prémio Pulitzer, Dia é uma meditação inesquecível e literariamente irrepreensível acerca do amor e das perdas; das lutas e das limitações da vida familiar. Esta obra, do autor de As Horas, Uma Casa no Fim do Mundo, Dias Exemplares, Sangue do meu Sangue, Ao Cair da Noite e A Rainha da Neve (todos publicados em Portugal pela Gradiva), marca o regresso fulgurante de um dos mais virtuosos escritores americanos. A tradução é assinada por Sara Veiga.

«A escrita tem uma clareza revigorante. […] Dia é uma história sobre finais — não apenas de infância, mas também de relacionamentos e de vida. Fugindo à definição de romance pandémico, é, à sua maneira, universal e existencial, lembrando-nos a cada passo da fragilidade das nossas percepções e do próprio mundo.» Times Literary Supplement

Texto sinóptico
5 de Abril de 2019: Num aconchegante prédio de Brooklyn, a aparente felicidade doméstica começa a ruir. Dan e Isabel, marido e mulher, têm uma relação desgastada já sem o fogo da paixão inicial. O irmão mais novo de Isabel, Robbie, desencadeia paixões dentro da própria família. Alma rebelde da estrutura familiar, a morar no sótão da casa da irmã, Robbie procura esquecer a ruptura com o seu mais recente namorado criando um perfil fantasioso nas redes sociais. Nathan tem dez anos e tenta dar os primeiros passos com vista da sua independência, enquanto a sua irmã, Violet, de cinco anos, faz o possível por entender as subtilezas do mundo dos adultos.
5 de Abril de 2020: Quando o mundo entra em confinamento, o apartamento da família mais parece uma prisão. Violet tem medo de deixar as janelas abertas, obcecada com a segurança, enquanto Nathan boicota as regras impostas. Isabel e Dan trocam ataques velados e suspiros frustrados. Robbie está preso na Islândia, sozinho numa cabana na montanha, tendo por companhia os seus pensamentos, as suas leituras e… uma vida secreta no Instagram.
5 de Abril de 2021: Saída de uma crise, a família enfrenta uma realidade nova e muito diferente - com o que aprenderam, tentam identificar o que perderam e reflectem acerca do caminho a seguir.

domingo, 7 de abril de 2024

Tudo o que precisa de saber sobre a Canábis


Na última de Abril será publicado pela Oficina do Livro o livro Canábis - Maldita e Maravilhosa, da autoria de Margarita Cardoso de Menezes.
Com uma visão de 360 graus, este é um livro fundamental «para compreender a planta maldita e maravilhosa que, no fim de contas, será sempre aquilo que o Homem quiser fazer dela».
A obra é prefaciada por João Taborda da Gama,
docente universitário e orador regular em conferências internacionais sobre a regulação e as políticas públicas de drogas.

Sinopse
A canábis foi proibida pelos seus efeitos psicotrópicos, graças a uma campanha destinada a servir interesses pouco claros. E, assim, a mesma planta que, três milénios antes de Cristo, já era utilizada na China para produzir chás medicinais - e que viria a fornecer velas e cabos quase indestrutíveis aos navegadores portugueses - tornava-se ilegal, passando a ser encarada como uma droga infame, capaz de levar os jovens à loucura e morte… Mais recentemente, porém, a legalização da canábis começou a ser reclamada por uma parte considerável da sociedade graças às suas múltiplas virtudes e usos, sendo a dimensão psicotrópica apenas um deles.
Ao longo destas páginas, viajamos pela incrível diversidade que, sob todos os pontos de vista, a canábis encerra. Identificamos as principais características de cada uma das suas três variedades, percebemos a diferença fundamental entre plantas macho e plantas fêmea, percorremos a já longa história da relação do ser humano com a erva e descobrimos os verdadeiros motivos que conduziram à sua proibição. Ficamos também a saber o que diz a ciência sobre este fármaco ímpar e a conhecer o enorme impacto do chamado «ouro verde» em diversas atividades económicas que geram lucros cada vez mais expressivos.

Novas publicações a cargo da Tinta da China

Além do livro de contos Souvenir, de Marta Hugon, chega às livrarias, com o selo Tinta da China, a 18 deste mês os livros A Cidade Demovrática e Catarina e a Beleza de Matar Fascistas.

Nas semanas que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, milhares de casas foram ocupadas por moradores pobres das grandes cidades. O problema habitacional deixado pelo Estado Novo era visível nos extensos bairros de barracas que rodeavam as principais cidades submetidas a um processo de acelerada metropolização. Foi assim que, em torno das reivindicações de direito à habitação e à participação política, emergiu um amplo movimento social urbano que disputou durante o PREC o modelo de democracia a construir em Portugal, que se esvaiu com a sua despolitização nos anos seguintes.

Este livro analisa o período revolucionário tomando a questão urbana como lente para ler a afirmação da democracia portuguesa. O que significou construir um regime democrático na cidade? Para responder a esta pergunta, a autora foi ao encontro dos actores, das políticas e das instituições — nos debates da Assembleia Constituinte, nos programas habitacionais lançados no pós‑25 de Abril, nas propostas dos partidos políticos sobre participação e habitação, nas leituras de arquitectos e urbanistas sobre planeamento urbano e metropolização. E também nas respostas do novo poder local democrático à crise habitacional nas periferias dos anos 70 e 80, preso nas contradições entre o direito à habitação, a explosão da construção «clandestina» e os direitos de propriedade.


Ana Drago é licenciada em Sociologia e doutorada em Estudos Urbanos. É actualmente investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Tem publicado sobre políticas urbanas e de habitação, participação e democracia na cidade.


Esta família mata fascistas. É uma tradição antiga que cada membro do núcleo familiar sempre seguiu. Hoje, reúnem‑se novamente numa casa no campo, no Sul de Portugal. Uma das jovens da família, Catarina, vai matar o seu primeiro fascista, raptado de propósito para o efeito. No entanto, Catarina é incapaz de concretizar o homicídio ou recusa‑se a fazê‑lo. Estala assim o conflito, acompanhado de várias questões. O que é um fascista? Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?

O espectáculo criado a partir deste texto, com encenação também de Tiago Rodrigues, foi apresentado com grande sucesso de crítica e público em várias salas portuguesas e em vários países, merecendo o Prémio de Melhor Espectáculo Estrangeiro em França e Itália.


Tiago Rodrigues é actor, encenador, dramaturgo e produtor. Em 2003, fundou a companhia Mundo Perfeito com Magda Bizarro, através da qual criou e apresentou, ao longo de 11 anos, cerca de 30 espectáculos em mais de 20 países. Foi também professor de teatro em várias escolas. Paralelamente ao seu trabalho em teatro, escreveu argumentos para filmes e séries televisivas, artigos, poesia e ensaios. Foi Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, entre 2015 e 2021. Actualmente, é director do Festival d’Avignon, sendo o primeiro não-francês a assumir a função naquela que é uma das mais importantes manifestações de teatro em todo o mundo.

Romance de Doris Lessing «O Quinto Filho» regressa às livrarias após muitos anos

O Quinto Filho
, livro da
escritora inglesa galardoada em Outubro de 2007 com o Prémio Nobel da Literatura, é publicado pela Bertrand Editora a 18 de Abril, numa
tradução assinada por Cristina Rodriguez. Referir que este romance está, há pelo menos três decádas, esgotado no nosso país.
Romance curto, mas poderoso, escrito sem capítulos ou pausas, é uma das obras mais inquietantes de Doris Lessing, explorando, de forma crua e incisiva, as questões ligadas à maternidade, e revelando que esta é, de facto, um conjunto de escolhas muitas vezes impossíveis de conciliar.
Doris Lessing, falecida em 2013, aos 94 anos é considerada uma das mais importantes escritoras do século XX. Por altura da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Doris Lessing, a Academia Sueca descreveu-a como uma «contadora épica da experiência feminina, que, com ceticismo, ardor e uma força visionária, submeteu uma civilização dividida ao escrutínio».
Em Portugal, os seus livros já foram editados pela Europa-América, Livros do Brasil, Editorial Presença e, mais recentemente, pela Bertrand Editora, que publicou em 2016 Uma Velha e o Seu Gato e a história de dois cães.

Elogios
«A escrita de Doris Lessing é muito forte, ousada, está sempre à frente do seu tempo, e ao mesmo tempo de grande sensibilidade.»
Maria Teresa Horta

«Doris Lessing nunca se travestiu na sua escrita, nunca rejeitou a sua condição de mulher na observação da realidade.»
Lídia Jorge

«Doris Lessing era um modelo para todos os escritores que vêm de um meio distante, demonstrando – como fazia questão de assinalar – que podemos não ser ninguém, mas, com talento, coragem, perseverança nos momentos mais difíceis, e um pouco de sorte, podemos chegar aos lugares mais importantes.»
Margaret Atwood

Texto sinóptico

«Ao ouvirem os risos, as vozes, as conversas, os sons das crianças a brincar, Harriet e David, no seu quarto, ou talvez descendo as escadas, procuravam a mão um do outro, sorriam e respiravam felicidade…»

Quatro crianças, uma distinta casa vitoriana, o amor da família e a admiração dos amigos. Na desinibida sociedade inglesa do fim dos anos 60, a vida de Harriet e de David Lovatt, um casal de classe média alta, é uma ode gloriosa à felicidade doméstica e aos valores familiares ditos tradicionais. Mas quando nasce Ben, o seu quinto filho, parece nascer também uma sombra perversa e implacável, que se abate sobre este núcleo imaculado.
No início da gravidez, o bebé move-se no ventre de Harriet antes do tempo e de forma impetuosa. Sentindo o filho dentro de si como se estivesse ele próprio «fervilhando de excitação», Harriet experiencia um parto extremamente violento, acompanhado por dores mais intensas do que de qualquer das vezes anteriores. Vigoroso, excecionalmente desenvolvido, agressivo, esfomeado, bestial, Ben exibe um triunfo frio, os olhos brilhantes de prazer intenso. Que ser é este?
Ao prover o cuidado materno ao recém-nascido, e frente a uma treva e a um desafio estranho que nunca havia conhecido, Harriet sente um medo profundo da criança a que acabou de dar a vida e que ao crescer vai destruindo pouco a pouco a família que o gerou.
Com um estilo incisivo de escrita, que suscita a leitura compulsiva e inquebrantável de cada frase até à última palavra, O Quinto Filho é uma obra que podemos considerar como um clássico, um romance no qual a língua do amor maternal - o mais puro, o mais absoluto - é descrita de peito aberto e à luz da condição de que a maternidade é, de facto, um conjunto de escolhas impossíveis, por vezes irreconciliáveis com todas as escolhas que a precedem e sucedem.


Outros livros da autora
A Fenda; Um Homem e Duas Mulheres; O Sonho Mais Doce; Gatos e Mais Gatos.

sábado, 6 de abril de 2024

Banda Desenhada «O Teatro: Lugar de (Entre)Mundos»

Publicado há um ano, O Teatro. Lugar de (Entre)Mundos é um livro dedicado a todas as pessoas que desde a inauguração do Teatro Baltazar Dias (na época era denominado D. Maria Pia) fizeram parte dele, nas mais diferentes funções.
Por este Teatro localizado no centro do Funchal, como ilustram as 100 páginas desta BD, passaram muitos artistas de várias áreas e uma variedade de público. É notório um trabalho aprofundado de pesquisa por parte dos autores Antony Brazão, Francisco Branco, Roberto Macedo Alves e Válter de Sousa.
A História do Teatro é contada desde 1888 até aos nossos dias, através de uma narrativa e parte visual realistas. Além dos factos históricos, e para adicionar uma dinâmica e divertimento aos leitores, são personagens deste livro alguns "fantasmas", que abordam, por exemplo, Eunice de Muñoz, a grande actriz portuguesa que actuou várias vezes no palco do Teatro e que tinha um carinho especial pelo mesmo.
Uma Banda Desenhada que merece ser descoberta, tanto pelo leitor madeirense como pelo continental. Edição com o selo Sétima Dimensão.

Clica aqui, para mais informações sobre o Teatro Municipal Baltazar Dias.

Texto sinóptico
O Teatro. Lugar de (Entre)Mundos
é uma obra de Banda Desenhada que celebra o Teatro Baltazar Dias nos seus 135 anos de existência.
Neste livro, foram retratados alguns dos momentos mais importantes da história do nosso Teatro, representados através da combinação do traço de vários ilustradores madeirenses.
Nestas páginas, celebra-se o passado e o presente do Teatro, incluindo uma homenagem a algumas das figuras que fazem parte da sua história e a todas as pessoas que ao longo destes 135 anos fizeram parte do Teatro Baltazar Dias e nos ajudaram a viajar para além dos nossos horizontes físicos.

Excerto da Nota Introdutória
«O Teatro é um lugar de cultura, é um ponto de encontro, é uma janela ao mundo, aos seus paradoxos e ambiguidades, ao melhor da humanidade e às suas tragédias.
(...) Que esta Banda Desenhada permita miúdos e graúdos celebrarem o Teatro, como a partir dela, desbravar outros mundos de cultura e de conhecimento sobre esta nossa cidade que, paulatinamente, também nos educa.»
Nuno Fraga

sexta-feira, 5 de abril de 2024

«O Resgate do Titanic», de Clive Cussler, entre as novidades deste mês da SdE


O escritor americano falecido em 2020 Clive Cussler foi o fundador da NUMA (National Underwater & Marine Agency), uma organização não-lucrativa que se dedica à investigação da história marítima e naval. Cussler e os seus peritos da NUMA descobriram mais de 60 navios afundados, oferecendo o fruto do seu trabalho a universidades e governos um pouco por todo o mundo. Foi honrado com vários prémios de clubes de exploradores americanos e até ingleses pelo seu trabalho de exploração sub-aquática.
Este arqueólogo marinho amador, escreveu em 1976 O Resgate do Titanic, que ganha uma nova edição portuguesa. O livro foi adaptado para o cinema em 1980 sob o título Raise the Titanic.
Dia 11 nas livrarias, com o cunho Saída de Emergência, a editora do autor em Portugal.

Conhece aqui todos os livros do autor.


Sinopse
Nas profundezas do mar, no interior do navio mais famoso do mundo, há uma substância que pode salvar um país…
Num mundo dominado pela Guerra Fria, a força operacional do presidente dos Estados Unidos trabalha no misterioso Projeto Siciliano, para desenvolver uma inovadora arma de defesa que poderá neutralizar o perigo soviético para sempre. A sua concretização depende de um elemento radioativo extremamente raro… tão raro que não existe em quantidade suficiente para alimentar a sua criação.
Porém, Dirk Pitt seguiu um rasto sinuoso até uma reserva secreta dessa substância. Assim, enfrentando brutais tempestades, espiões soviéticos e uma corrida contra o tempo, Pitt dá início à sua missão mais empolgante: retirar da sua sepultura aquática os destroços do navio mais famoso do século XX…

Outros livros sobre o Titanic
A Tragédia do Titanic e A Montanha e o Titanic

«Souvenir» marca a estreia de Marta Hugon na esfera literária

A Tinta da China publica a 18 deste mês Souvenir, um livro de contos. Este é o primeiro livro de Marta Hugon, cantora de jazz com cinco álbuns lançados, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e professora na Escola de Jazz Luiz Vilas-Boas.

Texto sinóptico
Os contos aqui reunidos seguem um fio de memória. Um fio que se desembrulha a cada história e que se torna o seu elo de ligação. A intimidade insinua‑se junto do leitor, que avança incauto, apanhando pelo caminho os cacos das experiências vividas pelas personagens. Objectos, lugares e músicas cumprem uma função central nesse desenterrar do passado, compondo um puzzle narrativo de trauma, redenção e um certo desassombro.

Excerto
«A casa tinha uma sala grande, plantas trepando suspensas por invisíveis fios de nylon, competindo com as estantes dos livros que, em colorida desarrumação, circunscreviam o espaço. Enquanto limpava o pó, Conceição ia lendo as lombadas, saltando os títulos em francês e em inglês, que não lhe diziam nada. Os quatro anos de escola, muito trabalho no campo e a fome repartida com os oito irmãos estavam agora longe, mas ainda lhe fazia confusão que as meninas não quisessem mais e deixassem restos de comida nos pratos.
Sentiu o carrapito a desfazer‑se. Do molho de ganchos no bolso do avental tirou dois ou três com que prendeu no alto da cabeça aquela espécie de fio inesperadamente longo de cabelo quase branco. Em pequena, usava‑o mais curto, para não morrer com o calor do Alentejo, e lembrava‑se com saudade e uma pontada de orgulho do seu negro‑azeviche, a fazer inveja às outras raparigas na Festa da Senhora das Brotas. Arrumou o pano do pó e acabou de lavar a loiça do almoço. Faltava pouco para as meninas chegarem, e sabia que a partir daí teria o dobro do trabalho»

Outras novidades de Abril da editora: A Cidade Democrática e Catarina e a Beleza de Matar Fascistas.